O LAGO DE CORUPUTUBA

A foto acima obtive em 1967 com a minha antiga Bieka. É o lago da Fazenda Coruputuba, em Pindamonhangaba.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Saudade no tempo e no espaço




Saudade no espaço é a gente querendo muito ficar de novo pertinho de quem a gente gosta e a vida levou para longe.

Saudade que dá jeito de atender: a gente espera, marca, junta um dinheiro, pega o avião e vai ficar um tempo pertinho de quem a gente ama.

Mas saudade no tempo é a gente querendo viver de novo um tempo faz tempo que a gente viveu pertinho de quem a gente hoje ama demais, de doer no coração. Mas no tempo junto a gente não sabia que amava tanto. Achava natural e gostoso estar perto.

Mas não sabia que um dia a gente ia lamentar cada momento que viveu perto sem perceber que aquilo era a glória. Porque se a gente tivesse ganhado uma sabedoria enorme, de graça e repentina, naquele tempo de proximidade, a gente ia se olhar diferente e ia dizer que tinha que fazer o tempo parar, que nada disso de ir um para cada lado, que a felicidade seria continuar pertinho e fazer o tempo passar depressa ou devagar, não importava: importava era ter ficado junto.

Mas a História não deixa, porque somos bobos e só perdemos a bobice depois que estamos separados no espaço e no tempo.

Meu amor, é isto.

Agora, é ir consertando e nos concertando, corações desritmados, almas desalinhadas, buscando reconstruir a beleza original do quadro que esteve um dia à nossa disposição.
Nós nos amamos e é indigno ficarmos longe. É indigno deixarmos de falar sobre isto.

***
Texto de Paulo Tarcizio da Silva Marcondes

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