sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Primavera



Quando está se aproximando a  primavera a cidade se transforma, vira uma festa de flores. As ruas ficam mais bonitas e alegres, com as árvores todas coloridas. Como ficam belos os flamboyants perto do cemitério, e os da entrada do Ouro Verde! Que exagero de beleza! Mas os anunciadores de nossa primavera são os ipês. Primeiro os ipês-roxos, depois os ipês amarelos. Espalhados pela cidade, um bem longe do outro, no entanto todos vão abrindo suas flores no tempo certo.




Parece que alguém foi de árvore em árvore avisando: - Olha, a primavera chegou, é hora de florir!  E então até aquela árvore sozinha, isolada, longe das outras, cercada de paredes, até aquela plantinha humilde e solitária descobriu que tinha chegado o tempo certo e abriu suas pobres florinhas...



E nós? E nós seres humanos? Quantas vezes nos esquecemos da chegada da primavera! Quantas vezes nos esquecemos de florescer, nos deixamos vencer pela tristeza, pela rotina, pela depressão...
Se até as plantas se entusiasmam e se alegram! E nós com tanta dificuldade de nos abrir para o mundo, para o sol, para o céu, para as cores... Às vezes parece tão difícil  abrir nossas melhores flores, que são os nossos sorrisos!




PRIMAVERA


Não sei como soubeste da chegada
Da primavera. Só sei que floriste.




 


Sei que floriste, mesmo assim, fechada
Atrás do muro acinzentado e triste.



 


O sol cantava pelo campo, fora
Do muro e das paredes da cidade.

E, sem saberes como, tens agora
A primavera da felicidade.

Que era chegado o tempo de florir
Como, longe de tudo, descobriste?


 



Eu não sei se passou ou se há de vir
O tempo certo. Só sei que floriste.

*   *   *   *   *

Poema de PAULO TARCIZIO DA SILVA MARCONDES
Livro “Terra Vegetal” – Registro na BN n. 133.608
Fotos de Paulo Tarcizio (com exceção da foto marcada DREAMSTIME)

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