quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

DESIDERATA


Siga placidamente entre o ruído e a pressa, e lembre-se de quanta paz pode haver no silêncio.
Tanto quanto possível sem humilhar-se, mantenha-se em bons termos com todas as pessoas.
Fale a sua verdade, mansa e claramente. E ouça aos outros, mesmo aos tolos e ignorantes: eles também têm a sua história.
Evite as pessoas ruidosas e agressivas: elas são vexantes para o espírito.
Se você se comparar com outros você pode se tornar superficial e amargo, pois sempre haverá pessoas maiores e menores que você.
Encha-se de prazer tanto com as suas realizações quanto com seus planos.
Mantenha interesse na sua carreira: mesmo que humilde, é um patrimônio real na mutável sorte dos tempos.
Seja cauteloso nos seus negócios, pois o mundo está cheio de armadilhas. Mas não deixe que isto o impeça de perceber o quanto de virtude existe.
Muitas pessoas lutam por ideais elevados, e em toda parte, a vida está cheia de heroísmo.
Seja você mesmo. Sobretudo, não simule afeição e nem seja cínico sobre o amor, pois, no meio de tanta aridez e desencantamento, ele é perene como a relva.
Aceite, de bom coração, o conselho dos anos, graciosamente deixando as coisas da juventude.
Cultive a força do espírito para se proteger nas surpresas da sorte adversa.
Não se desespere com perigos imaginários: muitos temores têm sua origem no cansaço e na solidão.
Ao lado de uma sadia disciplina, seja gentil para consigo mesmo.
Você é filho do universo, não menos que as estrelas e as árvores: Você tem o direito de estar aqui.
E, mesmo que isto não seja claro para você, o universo vai cumprindo o seu destino.
Por isto, esteja em paz com Deus, como quer que você o conceba.
E, quaisquer que sejam os seu trabalhos e as suas aspirações, na barulhenta confusão da vida, mantenha-se em paz com a sua alma.
Com toda sua falsidade, tédio e sonhos partidos, o mundo ainda é bonito.
Seja cuidadoso.
Lute para ser feliz.

***

DESIDERATA - Do Latim Desideratu: Aquilo que se deseja, aspiração.
Este texto foi encontrado na velha Igreja de Saint Paul, Baltimore, datado de 1692.
Foi citado no livro "Mensagens do Sanctum Celestial", do Fr. Raymond Bernard.
O texto é de Max Ehrmannn e foi registrado pela primeira vez em 1927.
Hoje em dia pertence à © Robert L. Bell.

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Tradução de Paulo Tarcizio da Silva Marcondes
Publico este texto no meu blog como um presente para todos os leitores.
Recebi de presente este texto, em 1992, do meu amigo Juracy Trindade.

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