Quem hoje passa pela Av. Dr. Francisco
Lessa Júnior, a nossa “via expressa”, talvez não saiba que de primeiro o trem
passava por ali. Isto antes da retificação da linha da Estrada de Ferro Central
do Brasil na década de 1940. Com a retificação, vários trechos foram
abandonados, mas seus vestígios permanecem.
Imagine um trem naquele tempo saindo da
nossa Estação, indo em direção a São Paulo. Logo na passagem de nível da Rua
Campos Salles, a linha já fazia uma curva fechada para a esquerda, tomando o rumo
que falamos, da atual “via expressa”.
Puxa vida! Em 1970 ainda existia um
trecho de linha, com trilhos, dormentes e tudo, no começo da “via expressa”.
Terminava numa rampa destinada ao embarque de gado, acho que mais ou menos
perto do atual depósito dos Correios.
O trem passava por trás da Igreja do
Socorro, pegava a atual Rua Alcides Ramos Nogueira, que serve ao Shopping, ao
Fórum, à Câmara e ao Real Ville. Nesse trecho, a ferrovia corria paralela à
Estrada Velha e só se afastava para a direita na altura do final do Araretama,
seguindo para Tremembé, atravessando o Rio Una por uma ponte no meio do mato.
Agora imagine o trem saindo da nossa
Estação com destino ao Rio de Janeiro. No começo, ia seguindo o trajeto atual,
passando nos fundos do Supermercado Maktub. Mas atrás do Sassaki já começava a
se afastar para a direita. Hoje o leito abandonado virou rua: Rua Tribuna do
Norte e, depois da rotatória do cemitério, Rua Francisco de Oliveira Linha,
passando entre os dois cemitérios. Aliás o nome da rua foi dado em homenagem ao
guarda da cancela, Sr. Francisco, que tinha o apelido de Chico Linha.
Então começava uma curva para a esquerda,
atravessando a atual Av. Manoel César Ribeiro e atravessando o leito atual da
ferrovia. Passava no espaço entre o terreno da Alcoa e o atual Castolira.
Seguia pelos fundos da Sourcetech e começava uma enorme curva em “s”:
entortava-se para o lado direito, cruzava em ângulo reto o traçado atual,
entrava pelo terreno que hoje é da Confab e ali dentro iniciava a curva para a
esquerda, aproximando-se de novo do traçado atual. Na ponte sobre o Rio
Ipiranga já estava tudo certo e seguia para a Estação de Coruputuba sem maiores
sustos.
Essa grande curva em “s” tinha o nome de
Volta da Bananeira. Até ali chegavam os passeios que eu e meus irmãos fazíamos pelo
meio dos eucaliptais quando morávamos em Coruputuba.
Pronto, agora pode acessar o Google Earth e conferir as marcas que o tempo antigo deixou no tempo moderno.
Pronto, agora pode acessar o Google Earth e conferir as marcas que o tempo antigo deixou no tempo moderno.
A “Volta da Bananeira” era uma dor de cabeça para os maquinistas da Central.
Nesse trecho, o trem precisava passar bem devagarzinho
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Texto de Paulo Tarcizio da Silva
Marcondes
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