O LAGO DE CORUPUTUBA

A foto acima obtive em 1967 com a minha antiga Bieka. É o lago da Fazenda Coruputuba, em Pindamonhangaba.

domingo, 22 de agosto de 2021

LER UM LIVRO SEM FICAR PARANDO PARA CONSULTAR DICIONÁRIO

 



Muitos romances e contos são ótimos, mas apresentam palavras desconhecidas.
Sim, na obra prima Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo, há palavras de pouco uso, muito técnicas, nomes de coisas, barcos, manobras dos marinheiros... e também palavras que hoje não se usam mais. De vez em quando, se a gente tropeça numa palavra assim, é bom mesmo parar e olhar no dicionário para poder continuar a leitura.
Outra técnica boazinha é, antes de ler uma ou umas páginas, dar uma passada de olhos meio por cima, sem intenção de ler para entender. Sublinhando as palavras desconhecidas. Em seguida fazer a consulta e anotar a lápis o sinônimo, juntinho com a palavra. Isto é preparar o caminho, consertar os buracos da estrada pela qual vamos passar. Aí sim. Agora vai dar para voltar e ler para entender mesmo, aproveitando a história, ler direto um bom trecho, sem tropeçar. É isto.
Mas tem uma coisa que eu faço desde criança e que dá certo muitas vezes. Assim: é ir lendo direto sem interromper nas palavras difíceis. Vai lendo direto prestando atenção na história, vai desprezando e passando por cima desses obstáculos. Nem dá bola. Toca em frente. Aí você vai ver que algumas dessas palavras desconhecidas aparecem de novo, algumas repetem toda hora. Então pode ser que você, pelo contexto, descubra sozinho o significado. Aí vale a pena conferir no dicionário e confirmar a sua descoberta.
Tem palavra que não vai fazer falta. Às vezes você pode perfeitamente entender o texto inteiro sem saber o significado de todas as palavras.
Você já percebeu que andar de bicicleta pedalando depressa é muito mais fácil do que pedalando devagarzinho. Mesma coisa. Vai lendo desembestado, que o caminho vai ficando mais fácil. Entra no mato rasgando, rebentando os cipós no peito. Se for parar para afastar do caminho cada cipó que aparece, você não penetra na mata, acaba desistindo e voltando para casa.
Não fica parando toda hora. O que interessa é o enredo. Só pare no fim do capítulo, ou no fim de um grupo de páginas. Aí sim, você já compreendeu o trecho da história, pode conferir no dicionário só o que for muito importante.
Ler um livro bom, denso, sincero, escrito por quem valoriza o leitor em vez de ficar facilitando tudo... isto é penetrar no terreno da aventura.
Ou no mar da aventura, no caso do livro de Victor Hugo.
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Texto de Paulo Tarcizio da Silva Marcondes

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