O LAGO DE CORUPUTUBA

A foto acima obtive em 1967 com a minha antiga Bieka. É o lago da Fazenda Coruputuba, em Pindamonhangaba.

domingo, 17 de julho de 2022

ETEP 76

 


Tudo tratado e contratado,

não havia remédio nem fuga:

estranhos seres eu ia ver de perto.

 

— de tão perto que me gelava o estômago —,

 

seres imprevistos, perturbadores.

 

Já andavam próximos: escutei os sons,

suas vozes — de repente os enxerguei!

 

Eu os vi! Alguns olharam na minha direção,

uns vieram se aproximando,

achegaram-se, falaram comigo, falaram!

assentaram-se, um pediu café e conversaram,

 

conversaram comigo

com suas inocentes vozes.

 

Ah! Após, após, chegaríamos a chorar juntos,

a rir juntos e hoje em dia nos abraçamos,

 

mas naquela tarde eu ainda tinha medo

dos humanos jovens.

 

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Poema de Paulo Tarcizio, no livro TERRA VEGETAL – Ed. Scortecci

Foto: Divulgação

sexta-feira, 1 de julho de 2022

Obrigado, Jesus


 Obrigado, Jesus. Ajoelhado, reconheço mais uma vez minha condição de criatura, diante de Você, o Criador.

Obrigado, Jesus da minha avó, que rezava todos os dias o dia todo, balbuciando orações que eu não ouvia, mas Você ouvia.

Jesus do meu pai, que deixou até hoje, entre as palmas dos coqueiros da Capela, o eco da forte voz a entoar canções, dizendo que transbordam selvas de flores e os céus se enchem de luz para entoarem louvores ao coração de Jesus.

Jesus da minha mãe que, do portãozinho de casa, viu o Amém desenhado com nuvenzinhas brancas no azul, bem acima das mesmas palmas dos coqueiros.

Jesus dos meus irmãos e irmãs, alguns já abraçados a Você no paraíso que nos prometeu, outros ainda desfrutando de Suas graças neste Vale que Sua bondade nos destinou.

Jesus das minhas filhas e dos meus netos, criados no amor ensinado por Você.

Jesus da minha esposa, que noturnamente tem para Você as derradeiras palavras antes do sono, que se aproxima e a envolve.

Você é meu irmão, que me quer

E me protege (cego sou) e guia

Pelos caminhos os meus pés.


Deixo de pensar em Você

Às vezes por tempos compridos.

E quando então me lembro

A Sua presença é enorme

E me preenche, total.


Mas se eu sou tentado a agir assim

Tão ingratamente assim,

Em parte é (me desculpe)

Culpa Sua,


Pois todas as vezes em que me lembro

De Você, que preciso de Você,

E O chamo,

Você vem,


Você vem sempre, meu irmão forte,

Meu irmão Jesus,

Meu irmão e meu Senhor.

 

 

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Texto e foto de Paulo Tarcizio da Silva Marcondes