ESTAMOS NO PALACETE VISCONDE DA PALMEIRA
O que dizem deste Palacete é VERDADEIRO ou FALSO?
“A Princesa Isabel morou aqui.”
FALSO.
A Princesa Isabel (29/07/1846 – 14/11/1921) morava no Rio de Janeiro, que era a
capital do Império. Visitou uma vez Pindamonhangaba, com seu marido, o Conde
D’Eu. Isto aconteceu no dia 14/12/1868. O casal hospedou-se no solar do Barão
de Pindamonhangaba e participou de um baile comemorativo aqui neste Palacete.
Na época, o futuro Visconde da Palmeira ainda era Barão.
“Havia uma estradinha que ligava os
fundos do Palacete com o Bosque.”
FALSO.
Desde que o Palacete foi construído, os terrenos entre o Palacete e o Bosque já
tinham donos e moradores. Não dava para fazer uma estradinha passando por
dentro do quintal das pessoas. Nem precisava, já existia a rua, perfeita
ligação com o Bosque.
“Havia um túnel que ligava os fundos
do Palacete com o Bosque.”
FALSO. Nem havia motivo para alguém ir ao Bosque passando por dentro do
solo.
“Havia um túnel ligando o Palacete
Visconde da Palmeira com o Palacete Dez de Julho (Prefeitura Velha).”
FALSO. Não havia motivo para a existência de tal túnel. Não estávamos em
guerra, os últimos índios do Vale do Paraíba já tinham sido exterminados havia
mais de trezentos anos. Se tivesse existido esse túnel, teriam sido encontrados
vestígios quando da reforma deste Palacete. Em seguida, o Palacete Dez de Julho
passou por completa restauração e nada foi encontrado ali que pudesse lembrar uma
boca de túnel. Também não se encontrou nenhum vestígio de túnel quando foi
escavada a Rua Deputado Claro César, em 1996, para instalação da galeria de
águas pluviais.
Mas existiu sim um túnel DENTRO do Palacete, ligando a entrada das
carruagens (na fachada principal) até o lugar onde hoje fica o galpão. Na
época, não havia o portão do quintal, as carruagens entravam pela frente do
prédio. A porta ficava onde hoje está a quinta janela a contar da porta
principal.
“Dom Pedro I e Dona Leopoldina moraram
aqui.”
FALSO. O Palacete Visconde da Palmeira começou a ser construído em meados da década de 1850. Dom Pedro I já estava falecido desde 1834. Dona Leopoldina tinha
falecido antes dele, em 1826.
O Imperador e sua primeira esposa residiam no Rio de Janeiro, capital do
Império. Dom Pedro I passou por Pindamonhangaba apenas uma vez, quando ainda
era o Príncipe Dom Pedro. Isto aconteceu em 1822, quando o Príncipe se dirigia
a São Paulo, onde acabaria proclamando a Independência. Pernoitou, de 20 para
21 de agosto daquele ano, no sobrado do Monsenhor Marcondes (onde hoje fica a
loja Sonho dos Pés).
O nome Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina foi
dado como simples homenagem àquelas figuras históricas.
“Dom Pedro II morou aqui.”
FALSO. Dom Pedro II morava no Rio de Janeiro, capital do Império. Visitou Pindamonhangaba uma vez, em 1877. Pernoitou na residência do Visconde de Pindamonhangaba e fez uma breve visita a este Palacete em que estamos.
“A carruagem do Museu pertenceu à Princesa Isabel.”
FALSO. A carruagem pertencia a uma companhia de navegação e era usada para transportar até o Porto os passageiros que se utilizavam dos barcos que faziam a linha Lorena-Quiririm.
“Aqui existe uma cadeira que foi da Princesa Isabel.”
FALSO. Não temos nenhuma cadeira que tenha pertencido à Princesa, nem que comprovadamente tenha sido usada por ela.
“O Palacete é propriedade particular de uma família.”
FALSO. O Palacete pertence ao Município de Pindamonhangaba desde 1987, quando foi doado ao município pelo Governo do Estado. Antes disto, já tinha pertencido ao município, que o doou ao Estado para instalação do Ginásio Estadual.
“O Museu possui a coroa da Princesa e
a espada de Dom Pedro.
FALSO. Tais objetos estão no Museu de Petrópolis.
“Os lustres e arandelas são originais.”
FALSO. Estes lustres, em sua maior parte, foram adquiridos em São Paulo e instalados por ocasião da reforma do prédio. Alguns foram instalados no tempo do Ginásio Estadual. Devemos lembrar que não existia rede de energia elétrica na época em que o Visconde da Palmeira morava aqui.
“O piso é original. Os ladrilhos vieram da Europa. As pinhas de louça são originais.”
FALSO. Os assoalhos são todos recentes, instalados no final da década de 1990. No tempo do Ginásio a maior parte dos assoalhos já tinha sido trocada por tacos. Os ladrilhos atuais são reprodução dos originais. Algumas das peças de mármore do piso do saguão são originais, vindos de Carrara, na Itália. As pinhas atuais foram fabricadas em Cachoeira Paulista no final da década de 1990. A escada lateral é original, fabricada com pinho de riga.
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Texto e foto: Paulo Tarcizio da Silva Marcondes