O LAGO DE CORUPUTUBA

A foto acima obtive em 1967 com a minha antiga Bieka. É o lago da Fazenda Coruputuba, em Pindamonhangaba.

sábado, 20 de agosto de 2011

Quando Deus criou as mães


No dia em que o bom Deus criou as mães  (e já vinha virando dia e noite há seis dias) um Anjo apareceu e disse: “Por que tanta inquietação por causa dessa criação, Senhor?”

E o Senhor respondeu: “Você já leu as especificações desta encomenda? Ela tem que ser totalmente lavável, mas não pode ser de plástico; deve ter 180 partes móveis e substituíveis; funcionar à base de café e sobras de comida; ter um colo macio que sirva para matar a fome das crianças, um beijo que tenha o dom de curar qualquer coisa, desde perna quebrada até namoro terminado... e seis pares de mãos.”

O Anjo balançou lento a cabeça e disse: “Seis pares, Senhor? Parece impossível!”

“Não é esse o problema”, disse o Senhor. “E os três pares de olhos que as mães têm que ter?”

“O modelo-padrão tem isso?”, indagou o Anjo.

O Senhor assentiu: “Um para ver através de portas fechadas, para quando se perguntar ‘que é que as crianças estão fazendo lá dentro’ (embora já o saiba), outro par na parte posterior da cabeça, para ver o que não deveria, mas precisa saber. E naturalmente os olhos normais, capazes de fitar uma criança em apuros dizendo-lhe: ‘Eu te compreendo e te amo’ sem proferir uma palavra.”

“Senhor”, disse o Anjo tocando-lhe levemente na manga, “é hora de dormir. Amanhã é um novo dia...”

“Não posso”, replicou Deus. “Está quase pronta. Já tenho um modelo que se cura sozinho quando adoece, consegue alimentar uma família de seis pessoas com meio quilo de carne moída e convence uma criança de nove anos a tomar banho.”

O Anjo rodeou vagarosamente o modelo da mãe. “É  muito delicada...” , suspirou. “Mas é resistente”, respondeu o Senhor entusiasmado. “Você nem imagina o que esta mãe pode fazer ou suportar.”

“E ela pensa?”

“Não apenas pensa, mas discute e faz acordos”, explicou o Criador.

Finalmente o Anjo se curvou e passou os dedos pelo rosto do modelo.

“Há um vazamento”, constatou.

“Não é um vazamento”, disse Deus, “é uma lágrima. É para exprimir alegria, tristeza, desapontamento, dor, solidão e orgulho.”

“Vós sois um gênio!”, exclamou o Anjo.

Mas o Senhor ficou melancólico: “Isso apareceu assim... Não fui eu quem colocou nela...”



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Texto de ERMA BOMBECK
(Erma Louise (Harris) Bombeck nasceu em Dayton, Ohio, a 21/02/1927 e faleceu a 22/04/1996.

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