Não vou entrar nessa falácia de dizer que sou jovem e eternamente jovem
no espírito. Caramba, o corpo já me nega os movimentos mais
independentes e as torções mais prazenteiras...falar em idade do
espírito nessas horas é mudar de assunto.
Validade pouca de um espírito assanhado dentro de um corpo travado.
Veja na praia. O vovô de setenta anos é assediado pela neta de quatro anos, que o toma pela mão: - Vovô, vamos no mar, Vovôzinho!
E o vovô ponderava - "Agora não, deixa o vovô acabar de chegar, quer beber uma cerveja, conversar com sua avó, com sua mãe, ainda nem passei bloqueador..."
Mas os quatro anos da netinha não vão se conformar com alegações tão inconsistentes. Além de bebê, ela é mulher, pequenina, mas é mulher e não vai se conformar com um adiamento.
Toma da sua mão e diz, meiga: "Ah, por favor, Vovô! Vamos!"
E você vai e alimenta o processo natural de submissão dos homens às mulheres.
Parabéns, Vovô!
***
Texto de Paulo Tarcizio da Silva Marcondes
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