Numa
noite dos começos de 1993, debaixo de um escandaloso céu
estrelado, recebi em casa, no quintal, minha irmã Maria Salete e sua filha Ana Carolina. O
assunto rodeou o sistema solar.
Na
falta de um quadro de giz – e ainda não tínhamos os computadores – comecei a
fazer com elas e com Ana Emília uma viagem interplanetária, dispondo chinelos e
abacates pelo chão, para poder demonstrar o que eu ia explicando.
A
inteligência aguda de Ana Carolina, e o seu talento com a escrita, fizeram com
que, semanas depois, ela expusesse suas conclusões astronômicas através de uma
redação escolar. Ela tinha doze anos e estava na sexta série (hoje seria sétimo
ano), no Externato.
Há
pouco, encontrei o rascunho que ela tinha feito. Mandei para ela e ela me
autorizou a publicar o interessante texto neste meu blog.
Interessante
também que o texto já começa com um post
scriptum, mas tudo bem...
Obrigado,
Carol!!!
Saudade daquelas noites estreladas!
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Ps:
Esta história foi tirada de uma explicação que meu tio fez sobre o sistema
solar. Ele usava chinelos e abacates para entendermos melhor. Os chinelos são
os planetas Mercúrio e Vênus.
Nosso
sistema solar é formado pelo “abacate central”, dois chinelos que ficam entre o
abacate em que vivemos, seu satélite natural, outro abacate e outros chinelos,
que vêm depois do nosso abacate.
É
muito difícil existir vida no primeiro chinelo, porque fica muito perto do
abacate central. O segundo chinelo só pode ser visto de manhã ou tardezinha,
perto do astro rei, ou seja, o abacate central.
O
nosso satélite, o terceiro abacate, garante-nos as estações do ano. Ele inclina
o nosso abacate, onde em um determinado lugar e tempo, uma parte do abacate é
mais quente que a outra. A distância entre um chinelo e outro é muito bem
calculada, por incrível que pareça. E um detalhe: todos os chinelos têm nomes
de deuses da mitologia grega.
Enfim,
com a tecnologia, o homem, sem tirar os pés do nosso abacate, descobrirá muitos
e muitos chinelos pelo nosso universo.
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