Eu tinha dez anos, ia de velhas alpargatas,
eu e mais o meu irmão Paulo Tarcizio,
cumprir alguma tarefa arriscada,
como buscar água em verdes garrafões
com alça de palha trançada.
eu e mais o meu irmão Paulo Tarcizio,
cumprir alguma tarefa arriscada,
como buscar água em verdes garrafões
com alça de palha trançada.
Tínhamos que falar baixo no perigo da tarefa,
medindo o ruído dos pés, por medo dos cachorrões,
Moles cachorrões estirados na terra.
Moles cachorrões estirados na terra.
Eram quatro da tarde, havia a rua e a
lua.
A rua era sulcada por lentos ciclistas,
vinham do serviço conversando sossegados,
no vernáculo simples que cabia em suas vidas.
A lua parecia um papel pálido colado no céu,
navegando em seu quarto crescente ia quase apagada
pela fumaça marrom com a tarde misturada.
A rua era sulcada por lentos ciclistas,
vinham do serviço conversando sossegados,
no vernáculo simples que cabia em suas vidas.
A lua parecia um papel pálido colado no céu,
navegando em seu quarto crescente ia quase apagada
pela fumaça marrom com a tarde misturada.
A fábrica lançava seu longo e metálico
apito
e corriam na bicicleta os operários de marmita.
O relógio da igreja batia quatro vezes bem contadas.
Meninos jogavam futebol, com chutes para o céu arremetidos,
desfolhando a galharia verde escura dos eucaliptos.
e corriam na bicicleta os operários de marmita.
O relógio da igreja batia quatro vezes bem contadas.
Meninos jogavam futebol, com chutes para o céu arremetidos,
desfolhando a galharia verde escura dos eucaliptos.
Crianças de azul e branco vinham do grupo
escolar,
acompanhando suas professoras maternas e graves.
acompanhando suas professoras maternas e graves.
Um carro de boi de rodas gementes vinha
devagar
e pombas brancas planavam em círculos suaves.
e pombas brancas planavam em círculos suaves.
Os garrafões pesavam, íamos agora
calados,
olhando a lua já liberta da fumaça.
Nossos pensamentos iam melancólicos, embarcados
no ronco distante e tristonho de um avião que passava.
olhando a lua já liberta da fumaça.
Nossos pensamentos iam melancólicos, embarcados
no ronco distante e tristonho de um avião que passava.
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Do poeta Luiz Gonzaga da Silva Marcondes, no livro Espelho Azul, Ed 2006.
Luiz Gonzaga, filho do Professor Francisco Fonseca Marcondes, nasceu em Coruputuba em 1945. Iniciou seus estudos no Grupo Escolar Rural Antônio Bicudo Leme. Hoje, promotor público aposentado e advogado atuante, reside em Limeira, SP.
Do poeta Luiz Gonzaga da Silva Marcondes, no livro Espelho Azul, Ed 2006.
Luiz Gonzaga, filho do Professor Francisco Fonseca Marcondes, nasceu em Coruputuba em 1945. Iniciou seus estudos no Grupo Escolar Rural Antônio Bicudo Leme. Hoje, promotor público aposentado e advogado atuante, reside em Limeira, SP.
Do poeta Luiz Gonzaga da Silva Marcondes, no livro Espelho Azul, Ed 2006.
Luiz Gonzaga, filho do Professor Francisco Fonseca Marcondes, nasceu em Coruputuba em 1945. Iniciou seus estudos no Grupo Escolar Rural Antônio Bicudo Leme. Hoje, promotor público aposentado e advogado atuante, reside em Limeira, SP.
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