O LAGO DE CORUPUTUBA

A foto acima obtive em 1967 com a minha antiga Bieka. É o lago da Fazenda Coruputuba, em Pindamonhangaba.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

É preciso ninar nossos bebês

Mamãe Simone e Vovô Paulo (com Miguel no colo)


As crianças são nossos oásis.
Nossa pausa, sombra, caneca de água fresca no calor do meio dia.
Embalar no colo, bem de levinho, uma criancinha dormindo - a generosidade divina me permitiu fazer isto ontem com o Miguel - embalar uma criancinha, olhando no seu rostinho tranquilo, me faz compreender: Não estou ninando um bebê.
Estou ninando uma pessoa, um homem. Que agora, por enquanto, e só por enquanto,
é pequenino.
E devo ninar esta pessoa o mais que eu puder, sempre mirando seu rostinho, às vezes dando um beijo breve no cabelinho macio, murmurando palavras boas, cantarolando bem baixinho as berceuses mais bonitas.
Porque depois de um tempo essa pessoinha vai estar maior e vai ter seus probleminhas, não vai querer colo: Não qué colo! E bem mais tarde vai mesmo se achar crescido demais para pedir colo, ou para pedir: Conta uma história, vovô!
Depois vai passar muito mais tempo e essa pessoinha vai estar muito grande, seus probleminhas vão às vezes virar problemas grandes, bem grandes mesmo – e essa pessoa já grandona de repente gostaria de ter um colo, para não chorar – ou para poder chorar sem ninguém perguntar nada.
E os colos disponíveis podem não entender na hora.
E os colos da infância, que entenderiam, já estarão completamente fora do alcance.
Por isto, agora é o momento de ninar. Daqui a pouco, vamos contar histórias.


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Texto de Paulo Tarcizio da Silva Marcondes
Foto de Anamaria Jório


3 comentários:

  1. Os nossos bebês gostam de colo. Eles têm esse direito. E devemos cobri-los com nosso amor. Afinal, eles são muito amados e desejados por toda a família. PalasAthenaA_j

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  2. são sim... muito colo pro Miguelzinho, lindo!!

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  3. O bom colo sempre será lembrado como um porto seguro nas mãos dos maiores, dos gigantes adultos. Esses adultos que, na visão das crianças, vão encolhendo, encolhendo, até que ficam do tamanho dos adolescentes. E o adolescente se sente um gigante na forma, e depois no conteúdo. E cresce a sua arrogancia, até que se percebe dando o seu colo para um ser pequenininho, indefeso e frágil. E tudo recomeça...

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