Leone Bazin e Dimitrius Stambolos
Uma
das lembranças mais antigas que tenho (eu teria uns quatro anos de idade) é
esta: junto com meu Pai e minha Mãe, de manhã cedinho, com sol brilhando no céu
azul, fazendo muito frio, descemos do ônibus dos Valentini em algum lugar na chegada
de Pinda. Andamos bastante, em direção ao Cemitério. Atravessamos uma linha de
trem, caminhamos por um trecho com capim molhado de orvalho e chegamos a um
prédio onde eu fui examinado por um doutor, minha mãe ganhou umas latas de
leite em pó, remédios e depois... Depois não lembro mais nada, não sei onde era
esse lugar que tinha pessoas que cuidavam da gente.
Mas
o tempo passou e vim a descobrir que aquilo era o Posto de Puericultura do
Hospital e Maternidade Bazin. Quem me contou direitinho foi o Demétrio Guarany
Avelar, que hoje mora em Taubaté e foi um dos maiores jogadores de futebol do
passado, tendo jogado junto com o Zito no infantil do São Paulinho. E, além
disto, o Guarany também é avô da minha netinha Pietra. A narração é esta:
O
Dr. Dimitrius Stambolos e sua esposa Leone Bazin, padrinhos do Guarany, venderam
a Fazenda Ibiá (depois, Mandupá) e aplicaram o dinheiro na construção e
montagem do Hospital, investindo em mobiliário, sala cirúrgica, farmácia,
aparelho de Raio X e outros equipamentos. O prédio ficou com duas alas: uma
para os pagantes e outra para os pobres. Com o passar do tempo, as despesas
aumentaram muito, já que o Hospital era procurado quase que somente pelos
pobres.
Na
gestão do Dr. Adhemar de Barros, foi feito um convênio com o Estado, que passou
a pagar o quadro de funcionários e a destinar uma verba para as despesas
correntes. Porém, após alguns meses, o Estado parou de remeter a verba. Isto
levou ao fechamento do hospital, para grande tristeza e decepção do casal
Stambolos. O imóvel acabou sendo vendido para a Congregação dos Sagrados
Corações, dos “padres brancos”, que ali permanecem até hoje.
Em nossa cidade, meus caros, a religião pegava pesado.
* *
*
Texto
de Paulo Tarcizio da Silva Marcondes, conforme narração de Demétrio Guarany
Avelar
Fotos:
Arquivo Histórico Dr. Waldomiro Benedito de Abreu – Fundo Demétrio Guarany
Avelar
Chegará um tempo na história da humanidade em que os humanos praticarão a caridade e o amor sem serem seguidores de religião ou filosofia....Assim, em pouco tempo acabará a miséria no planeta Terra......A miséria e o sofrimento existem para alimentar,sustentar as religiões e as filosofias espirituais........O amor e a caridade precisam ser prática humana e não imposição religiosa ou adesão a uma idéia filisófica para através destes se alcançar uma suposta salvação ou evolução....."Amar por amar......ajudar por amar"....
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